segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Dia desses o Marco Lazzeri me perguntou qual a linguagem de computador mais antiga que eu sei programar. Provavelmente é LISP, criada em 1958, já até escrevi um compilador dela.

E dessas linguagens antigas, qual a minha predileta? Quando você pensa em linguagens antigas, tipo ALGOL, FORTRAN, LISP, BASIC, você está pensando na segunda leva de linguagens. A minha predileta é da primeira leva, chama Plankalkül. A imagem tem o algoritmo TPK implementado em Plankalkül.

Os mais desavisados devem olhar para a imagem e ficar se perguntando como eles faziam para digitar essa linguagens cheia de traços e linhas. A resposta é simples: eles não digitavam. Não existia teclado nessa época, aliás os computadores não tinham nem sequer tela.

E como eles compilavam, se não tinha como digitar o programa! Ora, não compilavam! Ainda não tinham inventado o compilador! A linguagem era só um jeito de colocar as idéias no papel de forma legível, depois algum humano ainda teria que converter o algoritmo para código de máquina.

E por que ela é minha preferida? Porque ela veio direto do mundo bizarro! O único motivo de hoje em dia considerarmos o Alan Turing como pai da computação é porque os aliados ganharam a guerra. Se o eixo tivesse ganhado a guerra, então o criador do computador seria o Konrad Zuse, e essa era a linguagem que ele usava para programar o Z2, computador que ele criou que é anterior ao trabalho do Bletchley Park.

Mas poucas pessoas conhecem o Plankalkül. O motivo disso é que ele demorou para ser publicado. O Plankalkül era parte da dissertação de doutorado do Zuse, mas a faculdade queria que ele pagasse uma quantia alta como taxa de matrícula. Sem grana na época, o Zuse deixou pra lá, e esses documentos só vieram a público quase 30 anos depois.


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